quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A Verdade Apagada - Incêndio da Vila Socó

Vem ai- dois novos tipos de contrato de trabalho



Com um contingente de 11,6 milhões de desempregados e 623 mil vagas formais fechadas só este ano, a equipe do presidente em exercício Michel Temer estuda formas de tornar viáveis duas novas modalidades de contrato de trabalho: o parcial e o intermitente. As propostas fazem parte da reforma trabalhista que será, ao lado da previdenciária, uma prioridade da agenda econômica caso o impeachment de Dilma Rousseff seja concretizado.

Tanto no trabalho parcial quanto no intermitente, a jornada de trabalho será menor do que as 44 horas previstas na legislação atual. Os direitos trabalhistas, como férias e 13.º salário, seriam calculados de forma proporcional. A diferença entre os dois contratos é a regularidade com que o trabalho ocorre.

No contrato parcial, a jornada ocorre em dias e horas previamente definidos. Por exemplo, a pessoa poderá trabalhar em um bar somente nos fins de semana. Os técnicos acreditam que esse tipo de contrato vai beneficiar principalmente estudantes e aposentados que precisem complementar sua renda.

O trabalho intermitente, por sua vez, é acionado pelo empregador conforme a necessidade. Um técnico do governo exemplifica: o dono de um buffet pode ter um vínculo desse tipo com uma equipe de garçons e cozinheiros. Nos fins de semana em que houver festa, os trabalhadores são chamados. Quando não houver, o empresário não terá custo. O contrato parcial de trabalho já existe na legislação, mas a regulamentação é considerada ruim, o que gera insegurança para o empregador. Por isso, é pouco utilizado. A ideia é aperfeiçoar a legislação.

“O que me preocupa é que estamos num momento de desemprego elevado, de economia baixa, e a área empresarial pressiona para o governo colocar na pauta medidas para diminuir os custos, entre aspas, que nós consideramos investimento”, disse o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah.

Já para o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) Bruno Ottoni, as regras do País contribuem para aumentar a informalidade e o desemprego. “O mercado de trabalho brasileiro é extremamente rígido e isso acaba gerando distorções.” Ele ressaltou não conhecer as propostas do governo para o trabalho parcial e o intermitente. “Pela experiência internacional, a flexibilização tem efeitos positivos. Só é preciso estudar a natureza dessa flexibilização, pois os trabalhadores temem perder força.”

À frente de uma central que tem em sua base principalmente empregados dos setores de comércio e serviços, Patah disse ter disposição para discutir o trabalho parcial, principalmente para jovens e aposentados. No entanto, ele quer garantir que nenhum empregado nessa categoria receba menos do que um salário mínimo.

Terceirização

Representantes das centrais sindicais estarão nesta terça-feira, 30, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para discutir a pauta de projetos em tramitação na área trabalhista. Patah está preocupado particularmente com o projeto que regulamenta o trabalho terceirizado. “Do jeito que está, todo trabalhador poderá ser terceirizado”, disse. O governo Temer ainda não tem posição sobre essa questão. Por enquanto, a ordem é deixar o Legislativo discutir e votar como achar mais adequado.

Reforma em pauta
– Regulamentação do trabalho terceirizado
Questão está em análise no Congresso
– Predominância de acordos coletivos sobre a lei
Acordos poderão ter regras diferentes da legislação
– Trabalho parcial
Trabalhadores com jornada inferior a 44 horas semanais, em dias definidos.
– Trabalho intermitente
Trabalhadores com jornada inferior a 44 horas por semana, acionados conforme a necessidade da empresa

Fonte: O Estado de São Paulo, por Lu Aiko Otta, 30.08.2016

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Sobre a importância do fazer bem feito



Meus pais foram professores: minha mãe lecionou nas séries do antigo ginásio e meu pai foi docente das exatas em faculdades. Eram extremamente dedicados. Eu e minhas duas irmãs crescemos em meio a: enciclopédias, preparações de aulas, correções de provas, hospedagem de colegas estrangeiros e permanentes conquistas acadêmicas vindas de ambos.

Eles eram exigentes. Lembro-me de estuar matemática e desenho geométrico com meu pai. Ele explicava desde a origem de cada conta e mostrava a importância de sempre deixar uma folha para rascunho ao lado do caderno definitivo. Que saudade! Quando o meu desleixo aparecia, ele trazia as frases: “Filho, se você fizer bem feito não precisará fazer de novo”; “Aproveita agora e faça de uma vez: depois você consegue brincar”; “Coloque as dúvidas nesta folha em branco e as desenvolva”; “Aproveita que seu pai está aqui”.

Minha mãe contribuiu para que a leitura ficasse interessante, prazerosa e desafiadora. Não consigo dizer a quantidade de livros que ela começou a ler comigo. Lembro que ela dizia: “Leandro, filho, leia: aprenderá mais e mais”; “Você lendo conseguirá se expressar melhor e isto lhe ajudará a fazer bem feito o que tanto precisa”; “Liberte-se logo deste livro para fazer, finalmente, o que gosta, filho”.

Esses e tantos outros momentos de interação e relacionamento com eles foram fundamentais para que eu exerça os papéis - pessoais, acadêmicos e profissionais - que escolhi desenvolver. Eles também contribuíram para que a prontidão àquilo que está bem feito seja: dedicada, elogiada e mantida.

A importância do fazer bem feito convida às vivências dos valores: fidelização, liderança, vínculo e compromisso. A entrega fica leve: não há necessidade de explicações sobre os recursos de caráter e personalidade utilizados. Como também, não há espaço à pressa: esse fazer ocorre com planejamento e mansidão. Grande parte da comunicação entre as pessoas envolvidas acontece por meio das realizações concluídas. O fazer por merecer aparece espontaneamente e assim, acredito, há o equilíbrio entre as generosidades.

Quando fazemos bem feito não dissimulamos a realidade. A mentira não ocorre. O convívio fica gostoso e não paramos aquilo que nos proporciona o pleno contato consigo e com o outro. Atividades, momentos e situações que não gostamos podem aparecer; contudo, são oportunidades para que a coerência e o discernimento sejam utilizados.

Como você promove o fazer bem feito? Você alcança a comunicação pretendida por meio dos detalhes escolhidos? Já há parcerias àquilo que falta seja delegado generosamente?

Leandro Alves da Silva
Gerente de Desenvolvimento Humano Organizacional na First Peopleware
Atua desde 2011 em Coaching-Mentoring-Counseling, palestras e treinamentos customizados.
Doutor em Educação pela FEUSP e Master Coach pelo BCI.
Contatos: (11) 98987-0984; skype: stpeopleware leandro@stpeopleware.com.br