terça-feira, 30 de julho de 2013

Dilma veta fim da multa adicional de 10% sobre FGTS em demissão.




A presidente Dilma Rousseff vetou o projeto de lei que extinguiria a contribuição social devida pelas empresas quando demitem trabalhadores sem justa causa. Em mensagem de veto publicada no “Diário Oficial da União” desta quinta-feira, ela justifica que o projeto é contrário ao interesse público porque reduziria em R$ 3 bilhões por ano a receita do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Instituída por uma lei complementar em junho de 2001, a contribuição, na prática, elevou a multa paga pelas empresas nas demissões sem justa causa. Elas pagavam 40% e passaram a pagar 50% sobre o valor dos depósitos feitos na conta de FGTS do trabalhador demitido ao longo da duração do contrato de trabalho.

As pessoas demitidas continuaram a receber só os 40%. O adicional de 10% foi criado para ajudar a financiar os chamados créditos complementares do FGTS, cujo pagamento foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal, após anos de briga judicial entre governo e entidades sindicais. 

Com esse reforço, a Caixa Econômica Federal, agente operadora do FGTS, conseguiu ressarcir aos trabalhadores que tinham saldo de FGTS na época a correção monetária expurgada pelos planos econômicos Verão (16,64%, em janeiro de 1989) e Collor I (44,8%, em abril de 1990).

Pagos os créditos, no entanto, a contribuição criada para financiá-los permaneceu. O Congresso então aprovou, no ano passado, projeto fixando prazo para sua extinção. A redação final, encaminhada para sanção este ano, previa que a contribuição só seria cobrada até 1 de junho de 2013.

A sanção do projeto aprovado pelo Congresso “levaria à redução de investimentos em importantes programas sociais e em ações estratégicas de infraestrutura, notadamente naquelas realizadas por meio do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FI-FGTS. Particularmente, a medida impactaria fortemente o desenvolvimento do Programa Minha Casa, Minha Vida, cujos beneficiários são majoritariamente os próprios correntistas do FGTS”, justificou a presidente Dilma em sua mensagem de veto.

Ela argumentou ainda que a proposta não foi acompanhada de estimativa de impacto orçamentário - financeiro e das devidas medidas para compensar esse impacto, como exige a Lei de Responsabilidade Fiscal nesses casos.






Fonte: Valor Econômico, por Mônica Izaguirre, 25.07.2013

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Ética, organização e trabalho.



Recente pesquisa realizada pela consultoria ICTS demonstra um cenário alarmante sobre ética no ambiente de trabalho. Os dados compilados permitem visualizar um problema que ameaça a integridade das empresas e deixam clara a importância de um programa de compliance. 

A pesquisa entrevistou 3.211 profissionais de 45 empresas, metade ocupantes de cargos de gestão. A outra metade, de técnicos operacionais. Questionados se cumprem as normas éticas da empresa, 11% declararam não cumprir e 69% responderam com um eloquente "depende".

Dos entrevistados, 38% aceitariam receber dinheiro e 40% aceitariam presentes para favorecer um fornecedor. Metade dos profissionais adotaria "atalhos antiéticos" para cumprir metas. 

Um terço dos gestores usaria dados e informações sigilosos em proveito próprio. No extremo, "apenas" 18% admitiriam furtar quantias consideráveis em caso de necessidade. Omissivamente, 52% não denunciariam condutas eticamente inadequadas de outrem.

Esses números servem de alerta. A ética nas organizações é um tema que adquire centralidade nas últimas décadas. Uma cultura corporativa calcada em valores éticos, preocupada com os impactos das decisões das empresas para além do lucro imediato, é essencial para o sucesso da instituição.

A ética é fim e meio para proteger os trabalhadores em sua individualidade e preservar a empresa em sua integridade.

Ética organizacional é o conjunto de valores, princípios e fins que pautam as ações da empresa e balizam sua cultura organizacional. Sintetiza a identidade empresarial e, de certa forma, limita a atuação dos tomadores de decisão e demais trabalhadores, que devem estar em sintonia com os códigos de conduta e ética e demais regimentos internos.

A matéria acima referida transparece algumas decorrências nefastas que a ausência de ética pode acarretar. Os cerca de 40% dos profissionais que receberiam vantagens (dinheiro ou presentes) de fornecedores podem fazer com que a empresa mantenha contratos desvantajosos, desperdiçando dinheiro. 

A metade que buscaria atingir suas metas com procedimentos antiéticos pode manipular os resultados e levar os gestores a tomar decisões equivocadas. O terço dos gestores que usariam dados confidenciais em seu proveito pode liquidar a empresa perante a concorrência. Os 18% que admitiram até furtar quantias consideráveis dispensam maiores comentários.

Mas até a omissão pode ser um mal grave. O silêncio dos bons, representado por 52% dos entrevistados que não denunciariam desvios de seus colegas, pode significar a perpetuação de condutas antiéticas e o agravamento dos prejuízos para a organização. 

A denúncia contra ilícitos e malfeitos pode e deve ser utilizada. Tome-se o exemplo do Dodd-Frank Act, a lei americana promulgada em resposta à crise financeira de 2008.

Esta estabelece que o whistleblower, a pessoa que denuncia fraudes no sistema financeiro, pode receber um prêmio entre 10% a 30% do valor da multa aplicada à instituição fraudulenta. Porém, há outras decorrências de um ambiente de trabalho sem ética que não aparecem na pesquisa. Dentre outras, o assédio moral se destaca.

Assédio moral é um conjunto de agressões reiteradas que atacam a subjetividade da vítima, por meio da humilhação, do constrangimento. Agressões que atentam contra a honra, a moral, a personalidade, a intimidade, a privacidade da vítima, e desestabilizam o ambiente de trabalho.

Inegavelmente, o assediador é uma pessoa sem ética, que ataca motivado por poder, vaidade, sadismo, insegurança. Suas ações destoam, por completo, daquilo que se tem por ético: injúrias, difamações, rudeza, preconceitos por raça, gênero ou origem social.

Um programa de compliance é causa e consequência de um ambiente de trabalho ético. Causa porque oferece métodos e instrumentos para o estabelecimento e aderência da ética na organização; consequência porque a ética é o que sustenta o compliance, que só funciona plenamente em um ambiente fortemente enraizado em valores éticos.

Um bom código de conduta e ética é só o início. Declaração expressa e enfática de reprovação de condutas inadequadas e conflitos indesejados, treinamento contínuo sobre os valores da empresa, canais de denúncia diretos ou por meios do sindicato, com preservação da identidade do denunciante, instâncias aptas a apurar com acesso às informações necessárias, dentre outras ações, são os meios necessários a se buscar um equilíbrio no ambiente de trabalho.

A ética é fim e meio para proteger os trabalhadores em sua individualidade e preservar a empresa em sua integridade. A busca incessante pelo equilíbrio organizacional por meio de sólidos valores éticos será, mais e mais, o mote da economia, mormente após a crise de 2008. Esta será a régua que determinará quais empresas atingirão o sucesso e quais perecerão.

(*) é mestre em direito do trabalho pela USP é advogado da área trabalhista e de compliance do escritório Peixoto e Cury







Fonte: Valor Econômico, por Vinicius da Silva Cerqueira, 24.07.2013

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Não seja seu próprio oponente no ambiente de trabalho



Muitas pessoas passam grande parte da vida acreditando que estão cercadas de pares que têm apenas a finalidade de sabotá-las, seja no campo pessoal como também profissional. Algumas conseguem refazer uma leitura do ambiente e se surpreendem ao ver que os medos que eles próprios se tornaram seus próprios oponentes, pois deixaram as oportunidades passar porque se preocuparam apenas no que os "demais" estão pensando ou falando. Confira abaixo algumas dicas que poderão ajudá-lo a refletir, para que você não se torne seu grande concorrente, principalmente, no dia a dia de trabalho.


1 - Não pense que apenas as pessoas são capazes de terem um ótimo desempenho e que você nunca conseguirá realizar um bom trabalho. Todo profissional tem e possui pontos fortes e competências que precisam ser desenvolvidas. O diferencial é que alguns acreditam que os obstáculos são oportunidades de crescimento e sabem extrair das situações mais difíceis aprendizados valiosos.


2 - Não perca tempo olhando a ascensão profissional do colega, pois enquanto ele progride você deixa de cuidar da sua própria trajetória. Muitas pessoas deixam-se levar pela inveja e quando percebem, as chances de crescimento passaram e não foram aproveitadas ou devidamente vivenciadas. Mesmo que você altere os ponteiros do seu relógio, o tempo não será condescendente e retrocederá para que você comece do zero.


3 - Uma oportunidade surgiu para participar de um novo projeto? É normal que o primeiro sentimento seja aquele "friozinho na barriga" e isso é sinal de que você está vivo, alerta para o que ocorre de importante ao seu redor. Não se negue a essa oportunidade de aprendizado, aceite o desafio porque você pode se surpreender com sua própria capacidade.


4 - Alguém tem mais conhecimento na área e se mostra disposto a auxiliar os colegas de trabalho? O que custa em pedir ajuda para realizar uma atividade ou mesmo solicitar um feedback sobre um trabalho que você está desenvolvendo? Quando ouvimos as opiniões de outros profissionais, boas ideias costumam emergir das nossas mentes.


5 - "Todos estão contra mim?". Se diariamente você tem esse pensamento, faça uma autoanálise dos motivos que o fazem raciocinar dessa forma. Será que você está fazendo uma leitura correta do ambiente? Ou, inconscientemente, está criando obstáculos para evitar uma aproximação com seus colegas de trabalho?


6 - Seja quem você é e não aquilo passe uma imagem falsa sobre si mesmo. Assuma sua personalidade, seu "jeito de ser", mas se lembre de respeitar o direito dos outros, dos colegas de trabalho. Saiba que conviver com a diversidade tornou-se fundamental para estabelecermos bons relacionamentos em todas as esferas da sociedade.


7 - Antes de emitir uma opinião sobre uma pessoa ou um fato, pense bem nas consequências que isso poderá trazer a terceiros e a você próprio. Não entre no bloco do "Telefone sem Fio" e propague as notícias de qualquer forma, principalmente, aquelas infundadas e que são consideradas fofocas. Cedo ou tarde quem acabará sendo alvo desse tipo de "informações" será você.


8 - Tenha alergia à zona de conforto. Seja uma pessoa ávida por aprendizagem contínua. Se a empresa não oferece ferramentas, isso não é desculpa para ficar parado. Recorra ao autodesenvolvimento, torne-se um autodidata.


9 - Por mais que uma empresa ofereça um ambiente descontraído, não caia na armadilha de "abusar da liberdade" que lhe foi confiada. Lembre-se que você é quem faz e vende a sua própria imagem pessoal e profissional.


10 - Dê-se uma chance para dizer sim a você. Lembre-se de que apenas trabalho contínuo não complementa o ser humano. Você precisa ter sua vida social, ter uma programação no final de semana e não importa que seja um passeio simples, ir ao cinema, ouvir uma música de sua preferência, conversar e rir com a família e os amigos. Isso ajuda a aliviar os efeitos de fatores estressantes que lidamos diariamente no ambiente de trabalho.

Por Patrícia Bispo

sexta-feira, 5 de julho de 2013

PAIS MAUS



(Dr. Carlos Hecktheuer- médico psiquiatra)


"Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva pais e mães, eu hei de dizer-lhes:

- Eu os amei o suficiente para ter-lhes perguntado aonde vão, com quem vão, e a que horas regressarão.

- Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio, e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.


- Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar os doces que tiraram do supermercado, ou revistas, do jornaleiro, e fazê-los dizer ao dono: "Nós tiramos isto ontem, e queríamos pagar".


- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.

- Eu os amei o suficiente para deixá-los ver, além do amor que eu sentia por vocês, o meu desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.

- Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.


- Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para lhes dizer NÃO, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até me odiaram).
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.

Estou contente, venci... Porque, no final, vocês venceram também! 
E qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva pais e mães; quando eles perguntarem se os seus pais eram maus, os meus filhos vão lhes dizer:

"Sim, os nossos pais eram maus. 
Eram os piores do mundo.

As outras crianças comiam doces no café e nós só tínhamos que comer cereais, ovos, torradas. 
As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batatas fritas e sorvetes no almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.

Nossos pais tinham que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.
Insistiam em que lhes disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.

Nossos pais insistiam sempre conosco para que lhes disséssemos sempre a verdade, e apenas a verdade.

E, quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos.

A nossa vida era mesmo chata!
Nossos pais não deixavam os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para que os nossos pais os conhecessem.

Enquanto todos podiam voltar tarde da noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelo menos até os 16 para chegar um pouco mais tarde; e aqueles chatos levantavam para saber se a festa foi boa (só para verem como estávamos, ao voltar).

Por causa dos nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência: nenhum de nós esteve envolvido com drogas, roubo, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por crime algum.

FOI TUDO POR CAUSA DOS NOSSOS PAIS!
Agora, que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo o melhor para sermos PAIS MAUS, como eles foram".

EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE:
NÃO HÁ PAIS MAUS O SUFICIENTE!

Sugestão  de 
Renata Aparecida Vitorino
Senac Jaboticabal

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O que significa acordar!






Você sabe o significado da palavra acordar? Vamos fazer aqui uma pequena brincadeira e separar em sílabas a palavra acordar: A-cor-dar. Percebeu? Significa dar cor, viver, colocar o coração em tudo o que fizer. Infelizmente existem muitas pessoas que acordam tarde, muito tarde... E a vida acaba não perdoando isso!


Existe um passo indispensável para se conseguir o que se quer na vida. Este passo é saber o que se quer. Muitas pessoas despertam de manhã, mas passam o dia todo "dormindo". Existem outras que passam a vida toda e não conseguem "acordar".


Existem ainda aquelas que acordam com mais de 60 anos de idade e se descobrem na profissão errada... Imagine o trauma que uma pessoa assim criou para si, para os colegas de trabalho, para sua família! Foi infeliz durante toda a sua vida profissional porque simplesmente "não acordou".


Uma situação como esta deve ser de grande aprendizado para os jovens não repetirem erros semelhantes. Por mais cinzento que possa estar sendo o dia de hoje, ele tem exatamente a cor que você dá a ele. A vida lhe dá aquilo que você deu a ela. Sabe por quê? Porque a vida tem a cor que a gente pinta. O engraçado é que os dias são todos exclusivos e ricos e pobres têm sempre 24 horas à sua disposição! Cada dia é um novo dia, ninguém o viveu. É igual à água de um rio, se você coloca o pé na água, tira e depois põe o pé novamente na água, já não é a mesma, a outra já se foi.


A pior vida é a vida que a gente não viveu. Tem gente que vive assim. Fica lamentando-se por toda a sua existência e acabam adquirindo doenças de tudo quanto é tipo e até disputam para ver quem tem uma doença maior. Os motivados fazem, enquanto que os desmotivados reclamam. O mundo que vivemos é um mundo de escolhas.


Como disse Carlos Drummond de Andrade: "Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida". E ele disse também: "Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino - o amor".


Acordar com amor, essa é a resposta que dá cor à vida. O amor é o grande diferencial do planeta e foi instituído como a coisa mais forte quando o Apóstolo Paulo disse ao povo de Corinto: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor". Até porque não existe esperança sem fé e esta não existe sem amor!


É a livre escolha que Deus nos deu. Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor. O dia está ali, esperando que eu e você façamos com que ele seja o melhor de nossas vidas. O universo é o limite. Dê a você a oportunidade de "a-cor-dar" todas as manhãs e compartilhar com o outro o que Deus nos dá de melhor!


Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!




Gilclér Regina


Escritor e palestrante.